quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A TRAMA ILLUMINATI DO EURO: Governo alemão confirma, Berlim quer ocupar Atenas e talvez Lisboa

 
O número dois do governo alemão defendeu ontem que se os gregos não cumprirem os objetivos, então terá de ser imposta de fora uma liderança, a partir da União Europeia. 
Na véspera da cimeira europeia, Philipp Roesler tornou-se o primeiro membro do governo alemão a assumir a paternidade da ideia segundo a qual a troco de um segundo programa da troika, um comissário europeu do orçamento seria investido de funções governativas em Atenas, retirando do governo grego legítimo funções essenciais.
Numa entrevista ao jornal “Bild”, o número dois de Merkel afirma: “Precisamos de maior liderança e monitorização relativamente à implantação das reformas. 
Se os gregos não estão sendo capazes de conseguir isto, então terá de haver uma liderança mais forte vinda de fora, por exemplo, da União Europeia”.
O governo grego ficou em estado de choque com a ameaça da próxima ocupação. 
O ministro grego das Finanças pediu à Alemanha para não acordar fantasmas antigos – a Grécia esteve ocupada pelas tropas nazis durante a II Guerra. 
“Quem põe um povo perante o dilema de escolher entre assistência econômica e dignidade nacional está a ignorar algumas lições básicas da História”, disse Venizelos, lembrando “que a integração europeia se baseia na paridade institucional dos estados-membros e no respeito da sua identidade nacional e dignidade”. 
“Este princípio fundamental aplica–se integralmente aos países que passam por períodos de crise e têm necessidade de assistência dos seus parceiros para o benefício de toda a Europa e zona do euro em particular”.
O documento que defende a ocupação de Atenas foi divulgado pelo “Financial Times”. 
Está lá escrito que para ter acesso ao segundo programa de resgate, a Grécia terá de ser obrigada “a transferir a soberania nacional para a União Europeia, em matéria de orçamento, durante algum tempo”. 
O texto sugere que “um novo comissário do orçamento nomeado pelo eurogrupo ajudará a implementar reformas”. 
“O comissário terá ampla competência sobre a despesa pública e um direito de veto contra decisões orçamentarias que não estejam em linha com os objetivos orçamentarios e a regra de dar total prioridade ao serviço da dívida”.
Segundo a Reuters, esta tentativa alemã de governar Atenas pode ser estendida a outros países, como Portugal. 
Uma fonte do governo alemão disse à agência que esta proposta não se destina apenas à Grécia, mas a outros países da zona euro em dificuldades que recebem ajuda financeira e não são capazes de atingir os objetivos que acordaram.


A verdade é que Angela Merkel chega hoje à cimeira em Bruxelas com uma crescente pressão interna para não continuar a emprestar à Grécia o dinheiro dos contribuintes alemães. 
A proposta para ocupar Atenas é vista como uma resposta à cada vez maior resistência dentro do seu partido ao financiamento da crise do euro. 
“Se os gregos não avançarem com o programa de reformas, não pode haver mais ajuda”, disse Horst Seehofer, o líder bávaro da CSU, parceiro da CDU de Merkel.
Ontem, o deputado europeu Paulo Rangel admitiu que em Portugal todos os riscos são possíveis. 
“Quando vemos os sinais de alarme crescerem, o que eles documentam não é tanto a ideia de que Portugal pode entrar em bancarrota, é muito mais profundo do que isso. 
Se não houver uma solução sistemica para a zona euro, os países mais vulneráveis, entre os quais Portugal, vão sofrer e pode-se gerar uma situação de descontrole”, disse. 
Rangel reagiu violentamente à “ideia de propôr a nomeação de um comissário para tratar das matérias orçamentarias da Grécia”. 
“Seria o princípio do fim, e insustentável para a democracia europeia, a nomeação de um governador para um território do império, como fez Napoleão”, disse. 
Rangel defendeu o avanço para o federalismo: “Precisamos de caminhar para uma federação que trate os Estados em paridade, porque o que temos hoje é uma constituição aristocrática, de uns países com mais peso do que outros”.


Fonte: Com Lusa
Publicado em: http://2012umnovodespertar.blogspot.com/2012/02/governo-alemao-confirma-berlim-quer.html

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