sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

2012 ─ A Profecia Maia do Monumento Seis


Apolinario Pixtun, maia: O mundo não vai acabar!


Mexico City ─ Apolinario Chile Pixtun, um velho índio maia, está cansado de responder as mesmas perguntas sobre o muito falado Fim do Mundo segundo o Calendário Maia. Existe uma idéia fantasiosa e mórbida de que na data prevista, 21 e dezembro de 2012, Tudo estará acabado! Mas o próprio herdeiro dos profetas reafirma: não é o fim do mundo! E, afinal, essas idéias de Juízo Final são idéias dos brancos ocidentais, não dos maias.

Na Cornell University, Ann Martin, editora do site Curious? Ask an Astronomer [Curioso? Pergunte ao Astrônomo], comenta: Muitas pessoas estão assustadas. Estamos recebendo e-mails de jovens que se queixam dizendo que são muito jovens para morrer. Uma mulher, mãe de dois filhos, teme pelo futuro das crianças e lamenta que talvez não possa vê-los crescer.

A mitologia corrente sobre o Fim do Mundo Maia tem origem no estudo do calendário daquela antiga civilização. Como todo calendário, os maias distinguiam diferentes ciclos astronômicos pontuando todo um passado que os estudiosos ainda não podem descrever com precisão. Um desses ciclos, compreendendo 28 mil e 800 anos, seria aquele que determinaria a queda de um ciclo civilizatório ou uma grande revolução astronômica-geológica que daria causa a um grande abalo nas estruturas da Humanidade. Porém, essas idéias, à luz da ciência, não vão muito além de especulações.

A maioria dos arqueólogos, astrônomos e maias dizem que a única coisa que deve atingir a Terra é uma chuva de meteoros. Também é possível uma intensificação das tempestades solares por conta da evoluções cíclicas próprias do Sol.


O Monumento Seis




Previsões apocalípticas sempre assombraram o imaginário popular. Nesta pós-modernidade não é diferente: em 1987, uma convergência [de astros] harmônica ia abalar o modus vivendi da raça humana; depois, era Efeito Júpiter que ameaçava o mundo ou o famoso Planeta X. Um desses marcos do fim do mundo é Monument Six [Monumento Seis].


O Monumento Seis foi encontrado em uma ruína obscura ao sul do México, localidade de Morelos, na década de 1960. O objeto é parte de uma série de entalhes feitos na pedra, cuja integridade se perdeu na destruição provocada por uma obra de pavimentação no local. A parte resgatada menciona o ano de 2012 em uma inscrição que descreve um evento significativo, que deve ocorrer naquela data. Algo que envolve Bolon Yokte, um misterioso deus mais associado tanto à guerra quanto à criação. Porém, a erosão e os danos gerais da peça arqueológica tornam o final do texto quase ilegível.


O arqueólogo da Mexico's National University, Guillermo Bernal interpreta os últimos glifos, erodidos, significando, muito possivelmente: Ele descerá do céu. Todavia, Bernal adverte que há muitas outras inscrições maias destacando outras datas futuras. Uma delas, por exemplo, refere-se ao longínquo ano de 4772.


Mistérios Maias

A civilização maia permanece sendo um grande enigma à graças ignorância dos jesuítas catequizadores coloniais, que fizeram o desserviço de destruir praticamente todos o registros históricos daquela civilização bem como os registros de outros povos pré-colombianos. Os historiadores, arqueólgos, antropólogos, juntando suas pesquisas, acreditam que os Maias viveram o auge de sua cultura entre os anos 300 e 900 d.C. [da Era Cristã]. A partir daí tudo o que se sabe mostra uma cena complicada e contraditória.

Os maias foram, reconhecidamente, talentosos astrônomos. Seu calendário, decifrado, mostra um contagem de tempo de se estende em um passado de milênios. Aqueles astrônomos teriam começado sua contagem dos anos em 3111 antes de Cristo [o que é contraditório para um auge alcançado somente a partir do ano 300 d.C.]. Nesses 3 mil anos são marcado períodos de 394 anos, chamado períodos Baktun. O 13º Baktun termina em 21 de dezembro de 2012; e, é claro, o número 13 é sagrado para os maias. [Eis como a mitologia do Fim do Mundo Maia vai aos poucos se delineando na lacunas do conhecimento histórico].


O especialista em epigrafia maia da University of Texas, em Austin, David Stuart explica: [Sendo o décimo terceiro Baktun] ...Esse é um aniversário especial no contexto da Criação. Os maias nunca disseram que o mundo ia acabar. Nunca previram que, necessariamente, algo ruim deva ocorrer. Em princípio, apenas comemoram esse aniversário especial e registram seu porvir no Monumento Seis.


Tempestades Solares


Porém, a mitologia, os temores populares, têm lá suas referências: um dos mais instigantes enigmas sobre os maias é que eles conheciam o fenômeno da oscilação do eixo da Terra, que sutilmente vai alterando a posição deste planeta em relação ao alinhamento das estrelas, um pouco a cada ano.


A cada 25 mil e 800 anos o Sol se alinha com o centro da Via Láctea. É solstício de inverno galactico-solar, quando o sol atinge seu ponto mais baixo no horizonte. O próximo alinhamento coincide com o 13º Baktun, ou seja, acontecerá em 21 de dezembro de 2012. [Esses dados parecem coincidentes demais para serem uma ocorrência astronômica insignificante e mais espantoso ainda é que os maias soubessem, com tanta precisão, da ocorrência de tais fenômenos].

O pesquisador e escritor John Major Jankins afirma que suas duas décadas de estudos das ruínas Maias indicam que aquele povo atribuía, sim, grande importância ao fim do 13º e próximo Baktun. Jankins comenta: Se nós respeitarmos o pensamento maia então teremos de reconhecer que os maias viam 2012 com o fim de todos os ciclos, [no sentido de ser] um tempo de transformação e renovação.

Outro estudioso do tema, Lawrence Joseph, lembra que a intensificação das tempestades solares, que manifestam-se em explosões na superfície do Sol, produzirão alterações climáticas que poderão afetar por vários anos a produção de energia e de alimentos no Hemisfério Norte. Isso seria suficiente para desencadear um colapso na Civilização. Enquanto pressiona governos a providenciarem proteção para as redes de energia, Lawrence, que é autor de livros, aconselha seus leitores: Não usem 2012 como desculpa para viver dissolutamente. Ou seja, não estourem seus cartões de crédito.


De todo modo, a questão 2012 parece estar fortemente relacionada com alterações no alinhamento dos pólos da Terra, tempestades solares e magnéticas. Os mais exagerados falam em inversão dos pólos!


Sobre a história desta previsão, aparentemente, O Apocalipse Maia começou a ser comentado no século XIX com a divulgação do trabalho do padre-arqueólogo francês Charles Etienne Brasseur de Bourbourg, que estudou textos antigos maias e astecas. Os cientistas insistem que a mudança dos pólos não passa de um grau a cada um milhão de anos e não há sinais de que esse evento aconteça bruscamente nem que possa ocorrer repentinamente em 2012. Enquanto a discussão prossegue entre os diferentes pesquisadores do tema, espera-se que um deles, ao menos, faça um estudo confiável sobre as previsões, as tradições e as catástrofes naturais que têm ocupado as manchetes dos jornais.






trad. e adap. Ligia Cabús (ligiacabus@uol.com.br)
Fonte: STEVENDON, Mark. 2012 isn't the end of the world, Mayans insist
In Yahoo News, AP ─ publicado em 11/10/2009
fonte: http://www.sofadasala.com/noticia/2012monumento06.htm
publicado em: http://portaldosanjos.ning.com/group/

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