sábado, 8 de janeiro de 2011

As Plêiades e Alcyone


As Plêiades

As Plêiades (Objeto Messier 45) são um grupo de estrelas na constelação do Touro (28 graus de Touro). As Plêiades, também chamadas de aglomerado estelar (ou aglomerado aberto) M45 são facilmente visíveis a olho nu nos dois hemisférios e consistem de várias estrelas brilhantes e quentes, de espectro predominantemente azul. As Plêiades tem vários significados em diferentes culturas e tradições.
O agrupamento é dominado por estrelas azuis quentes, que se formaram nos últimos 100 milhões de anos. Há uma nebulosa de reflexão formada por poeira em torno das estrelas mais brilhantes que acreditava-se a princípio ter sido formado pelos restos da formação do agrupamento (por isto receberam o nome alternativo de Nebulosa Maia, originada da estrela Maia do agrupamento), mas hoje sabe-se que se trata de uma nuvem de poeira do meio interestelar que as estrelas estão atravessando atualmente, não relacionada ao aglomerado. Os astrônomos estimam que o agrupamento irá sobreviver por mais 250 milhões de anos e que depois disto certamente será dispersado devido à interações gravitacionais com a vizinhança galáctica.
As Plêiades podem ser vistas no Inverno do Hemisfério Norte e no verão do Hemisfério Sul e são conhecidas desde a antiguidade por culturas de todo mundo, incluindo os Maoris (que as chamavam de Matakiri), os Aborígenes australianos, os Persas (que as chamavam Parveen/parvin e Sorayya), os Chineses, os Japoneses (que chamavam-nas de Subaru), os Maias (que chamavam-nas de Tzab-ek), os Astecas (Tianquiztli) e os índios Sioux da América do Norte.
Os catálogos de estrelas babilônicos chamavam-nas de MUL.MUL, ou "estrela de estrelas", e elas encabeçavam a lista de estrelas da eclíptica, refletindo o fato que elas estavam próximas do ponto do equinócio vernal em torno do século 23 AC. Alguns astrônomos gregos consideraram-na uma constelação distinta e são mencionadas por Hesíodo, assim como na Ilíada e Odisséia, de Homero. Elas também são mencionadas três vezes na Bíblia ( 9:9 e 38:31, bem como no Amós 5:8). As Plêiades (como Krittika) são reverenciadas especialmente na mitologia hindu, como as seis mães do deus da guerra Skanda, que desenvolveu seis faces, uma para cada uma delas. Alguns estudiosos do Islam acreditam que as Plêiades (Al thuraya) são as estrelas Najm, que é mencionada no Corão.



Uma imagem do Spitzer em infravermelho, mostrando a poeira associada. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Tem sido há muito tempo conhecida por ser um grupo de estrelas relacionadas fisicamente. O reverendo John Michell calculou em 1767 que a probabilidade de um alinhamento de tantas estrelas brilhantes era de apenas 1 em 500.000 e assim como as Plêiades, muitos outros aglomerados de estrelas devem estar fisicamente ligados. Quando fizeram os primeiros estudos das “Estrelas de movimento próprio” verificou-se que todas iam na mesma direção do céu, à mesma taxa, o que demonstra que elas ainda estavam ligadas.
Charles Messier mediu a posição do aglomerado e incluiu-a como M45 no seu catálogo de objetos semelhantes a cometas, publicado em 1771, juntamente com a Nebulosa de Órion e o Aglomerado Presepae por serem, assim como a maioria dos “objectos de Messier”, muito fracos e mais facilmente confundidos com objetos semelhantes a cometas, o que é curioso em se tratando das Plêiades.

Distância

A distância das Plêiades é um primeiro passo importante na assim chamada “escada das distâncias cósmicas”, que é uma seqüência de escalas de distância para todo o Universo. O tamanho do primeiro passo calibra a escada toda, e a escala para este primeiro passo foi estimado por vários métodos. Como o agrupamento está bem perto da Terra, sua distância é relativamente fácil de medir. Um conhecimento preciso da distância permite que os astrônomos façam um diagrama de Hertzsprung-Russell para o aglomerado que, quando comparado para os desenhados para agrupamentos cuja distância não é conhecida, permite que suas distâncias sejam estimadas. Outros métodos podem então estender a escala de distâncias de aglomerados abertos para galáxias e aglomerados de galáxias, e uma escada de distâncias cósmicas pode ser construída. Fundamentalmente, o entendimento da idade e evolução futura do Universo é influenciado pelo conhecimento da distância das Plêiades.
A distância das Plêiades atualmente é aceita como sendo de cerca de 135 parsecs (praticamente 440 anos-luz).

Composição

O núcleo do aglomerado tem um raio de cerca de oito ano-luz e um raio de maré de cerca de 43 anos luz. O aglomerado inclui mais de 1.000 membros confirmados estatisticamente, embora este valor exclua estrelas binárias não resolvidas. É dominada por jovens e quentes estrelas azuis, 14 podem ser vistas a olho nu dependendo da observação e das condições locais. O arranjo das estrelas mais brilhantes é algo semelhante a Ursa Maior e Ursa Menor. A massa total contida no aglomerado é estimada em cerca de 800 massas solares. O aglomerado contém muitas anãs marrons, que são objetos com menos de cerca de 8%  da massa do Sol e que não possuem massa o suficiente para a fusão nuclear (para iniciar reações em seus núcleos e tornar-se estrelas). As anãs marrons podem constituir até 25% da população total do aglomerado, embora elas contribuam com menos de 2% da massa total. Os astrônomos têm feito grandes esforços para encontrar e analisar anãs marrons nas Plêiades e em outros jovens "aglomerados", por serem ainda relativamente brilhantes e de fácil observação, enquanto que as anãs marrons nos demais aglomerados mais velhos são mais "apagadas" e muito mais difíceis de estudar.

Idade e futura evolução

Segundo uma das mais utilizadas técnicas astronômicas para o cálculo de idade dos aglomerados estelares, foram estimadas idades entre 75 e 150 milhões de anos para as Plêiades. Já a aplicação de outra técnica dá às Plêiades uma idade de cerca de 115 milhões de anos.
O movimento relativo do aglomerado, conforme é visto da Terra, eventualmente irá levá-lo, muitos milênios no futuro, a passar pelo pé do que é atualmente a constelação de Órion. Além disso, como muitos aglomerados abertos, as Plêiades não vão ficar conectadas gravitacionalmente para sempre, já que algumas estrelas componentes serão ejetadas depois de encontros próximos e outras serão destruídas por marés de campos gravitacionais. Os cálculos sugerem que o aglomerado levará 250 milhões de anos para se dispersar, através de interações gravitacionais com nuvens moleculares gigantes e com os braços espirais de nossa galáxia também precipitando sua destruição.

Nebulosa de Reflexão

Observando sob condições ideais, alguns indícios de nebulosas podem ser vistos em torno do aglomerado e isto revela-se em fotografias de longa exposição. É uma nebulosa de reflexão, causada pela poeira que reflete a luz azul das quentes e jovens estrelas.
Antigamente, pensava-se que a poeira tivesse sido deixada no decorrer da formação do aglomerado, mas com a idade de cerca de 100 milhões de anos geralmente aceitos, quase todas as poeiras "originais" presentes teriam sido dispersas pela pressão de radiação. Em vez disso, parece que o aglomerado está simplesmente passando por uma região de poeira do meio interestelar.
Estudos mostram que a poeira responsável pela nebulosa não é distribuída uniformemente, mas concentra-se principalmente em duas camadas, ao longo da linha de visão para o aglomerado (teria daí surgido a concepção esotérica do Cinturão de Fótons?). Estas camadas parecem ter sido formadas pela desaceleração devido à pressão de radiação conforme a poeira se move entre as estrelas.

Estrelas mais brilhantes

Das nove estrelas mais brilhantes nas Plêiades, sete tem os nomes das “Sete Irmãs” da mitologia grega: Asterope, Mérope, Electra, Celeno, Taigete, Maia e Dríope, e duas tem o nome de seus pais: Atlas e Pleione. Como filhas de Atlas, as híades eram irmãs das Plêiades. O nome do aglomerado é em si de origem grega, apesar da etimologia não estar clara. Algumas derivações etimologicas incluem: de πλεîν plein, navegar, fazendo das Plêiades "as navegantes"; de pleos, cheio ou muitos; ou então de peleiades, bando de pombas. A seguinte tabela dá detalhes das estrelas mais brilhantes no aglomerado:
Estrela
Designação
longitude em 2000
classe espectral
Electra
17 Tauri
29TAU25
B5
Celaeno
16 Tauri
29TAU26
B7
Taygeta
19 Tauri
29TAU34
B7
Maia
20 Tauri
29TAU41
B9
Merope
23 Tauri
29TAU42
B5
Asterope
21 Tauri
29TAU44
B9
Alcyone
Eta (25) Tauri
00GEM00
B7
Pais das Plêiades
Atlas
27 Tauri
00GEM21
B9
Pleione
28 (BU) Tauri
00GEM23
B8

Alcyone

Eta Tauri conhecida como Alcyone é uma estrela de 3ª grandeza e é a estrela central e a mais brilhante do aglomerado aberto das Plêiades (M45), na Constelação de Touro. Está a 130 parsecs (425 anos-luz) da Terra; Acredita-se que se originou de uma nebulosa há 100 milhões de anos.
Alcyone é um sistema quádruplo composto de:
Alcyone A - Estrela gigante azul com magnitude aparente de +2.85. Tem uma luminosidade de 1.400 vezes maior que a do sol e uma temperatura superficial de quase 13.000 K. O tipo espectral do B7 III indica que é uma
estrela da emissão. Sua velocidade de rotação elevada (215 km/s) criou na
altura de seu equador um disco dos gases arremessados na órbita.
Alcyone B e Alcyone C distam de Alcyone A em 117 e 181 arcseg respectivamente; são Anãs Brancas com magnitude +8, formam um sistema duplo com a distancia entre si de 0.031
arcseg.(aproximadamente a distancia do Sol a Júpiter).
Alcyone D com magnitude of +8.7. orbita Alcyone A em 191 arcseg.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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