Você se atreveria a se desfazer de suas posses mais valiosas e enfrentar a vida sem um tostão no bolso?
"Foi uma grande libertação", diz, lembrando como deu de presente tudo o que tinha, incluindo seu apartamento. "O melhor é a sensação de abertura. Não sei o que acontecerá à noite, nem na manhã do dia seguinte. Não sinto medo, e sim uma grande curiosidade."
No início, Schwermer começou trocando coisas: oferecia seus serviços - desde limpar casas até ajudar as pessoas com problemas pessoais - em troca de teto e comida. Agora ela diz que não se trata exatamente de trocar, mas simplesmente de compartilhar.
"Dou o que quero dar e me dão o que eu preciso", explica. Deste modo, ela supre as necessidades mais básicas. A roupa que veste é dada pelas pessoas com quem convive e os gastos restantes - desde a comida e o transporte - são pagos por seus anfitriões.
O que ela lhes dá é de ordem espiritual. "Não são coisas materiais, e sim a minha presença. Muita gente tem problemas ou está sozinha. Eu os escuto e os ajudo a pensar sobre o que querem fazer com suas vidas."
De conversa em conversa
Na prática funciona mais ou menos assim: Schwermer recebe convites de pessoas de diferentes lugares do mundo que a querem receber e seus anfitriões enviam a passagem para que ela possa chegar lá. Organizações, instituições e grupos também a convidam a dar palestras e seminários sobre seu modo de vida particular.
Para isso é preciso ter muitos amigos, ou pelo menos muitos convite, mas ela tem todas estas coisas de sobra. Graças a uma entrevista que deu a uma emissora de rádio anos atrás, o nome da ex-professora tornou-se conhecido na Alemanha. Outras entrevistas na televisão e diversas matérias em jornais e revistas popularizaram ainda mais sua imagem e seu projeto.
O interesse por Schwermer cresceu até se transformar em três livros que ela escreveu - cujos lucros, como era de se esperar, ela doou a organizações de caridade e terceiros - e no documentário Living without money (Vivendo sem dinheiro, em tradução livre), que já foi exibido em 30 países.
Alguns sustentam que ela é um "parasita" e que não lhe falta dinheiro porque vive com o que é dos outros. Muitos moradores de rua também não conseguem se identificar com uma mulher de classe média que não tem nada porque simplesmente não quer.
"É verdade que são os outros que ganham salários para pagar o que eu como, mas eu também trabalho todos os dias. Faço coisas para as pessoas. No mundo ocidental há muitas pessoas que se sentem isoladas, e eu as ajudo com minha presença. Posso ser uma mãe, uma irmã, uma amiga, o que precisarem", defende-se a alemã. "Quem diz isso é porque vive no velho sistema, mas tudo vai mudar."
E quando chegar a velhice? O que acontecerá quando sua companhia deixe de ser uma ajuda e um consolo para transformar-se em um fardo? "A velhice? Mas eu já sou muito velha! A verdade é que não penso nessas coisas. Quando o problema se apresentar, a solução também se apresentará", conclui Schwermer, rindo.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/
O ESCAMBO FOI O ÍNICIO DAS RELAÇÕES MERCANTILISTAS, CONSCIENTE disso essa senhora parece ter um grau de liberdade do futuro. Demoramos. Wal
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