Os piratas da Somália sequestram e saqueiam veleiros, navios cargueiros e
qualquer outro barco que se aventure pelas águas do Golfo de Áden. A
ONU envia navios de guerra para proteger os navios que passam por aquela
importante rota. Mas qual é a verdadeira história por trás destes
"piratas"? Essa produção fará com que vc reveja o seu conceito acerca
deste assunto e responderá a pergunta: "Quem são os verdadeiros piratas
da Somália?"
Quem na verdade são e sempre foram os piratas em nosso planeta?
Até onde a humanidade irá aguentar? Até quando o sistema capitalista irá nos usar e nos tratar como objetos ou escravos... ?
O Ser Humano, quando não sente na pele os males de sua atividade predatória, continua se apropriando, comendo, usufruindo e pouco se importando.
É isso o que EUA e União Européia fazem com a África e outras regiões que eles consideram como o quintal deles.
E quando povos dessa região migram para seus países ainda são discriminados, perseguidos e mortos.
E ainda o Rei desses gringos espanhóis tem como distração viajar para a África e abater elefantes.
Esse arrastão no fundo do mar é chocante. Mostra como o ser humano pode ser extraordinariamente estúpido, irresponsável e egoísta.
Organização das Nações Unidas, unidas às corporações iluminatis, aos interesses americanos e de outras grandes potencias.
ONU organização de fachada, na verdade uma organização das elites, dos illuminatis.
Viu as dragas e as balsas pegando fogo, enquanto sobrevoava o rio
Teles Pires. Uma bomba passa ao lado do avião, à direita. No campo de
visão de V., não havia indígenas.
O bimotor desce – a pista de pouso não fora destruída. Havia rastros
de sangue no chão, marcas de bala nos telhados e nas paredes. Espalhados
pelo caminho, restos de cartuchos, munições e carcaças de bombas. Todas
as casas estavam com as portas arrombadas.
E então a comunidade começa a sair e ir ao encontro de V.. Estavam
todos escondidos nas casas, assustados com a chegada do avião. Reúnem-se
no barracão e explicam à liderança Munduruku do que tinham medo.
V. ouve, então, os relatos de uma série de pessoas baleadas,
machucadas, queimadas, ainda afetadas pelo spray de pimenta. Uma mãe
chorava desesperadamente: sua filha de cinco anos estava desaparecida.
Achava que poderia estar morta, pois havia se perdido dela na mata.
Havia uma mulher com o rosto inchado por causa de um soco que o policial
lhe deu. Os professores não-índios que trabalham na comunidade também
foram agredidos.
Todas as embarcações foram explodidas ou fuziladas e
afundadas. Os barcos de pesca foram danificados ou destruídos. As armas
de caça, quebradas ou levadas. Dinheiro e ouro foram roubados.
Computadores – entre eles, da saúde e das escolas – foram inutilizados. A
escola foi alvejada por tiros e bombas nas paredes e telhado. Celulares
e câmeras foram tomados, esmigalhados, jogados no rio ou tiveram seus
cartões de memória apreendidos. Os motores de popa da saúde foram
lançados ao rio. Fiações do telefone comunitário foram cortadas e o
rádio da aldeia confiscado, impedindo qualquer contato de indígenas com
outras aldeias. O carro da aldeia foi carbonizado.
V. chegara na aldeia em 8 de novembro, um dia depois de uma
comunidade de indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká, em Jacareacanga, no
Pará, divisa do estado do Pará com o Mato Grosso, ter sofrido um
violento ataque da Polícia Federal.
Neste mesmo dia, uma comissão especial do Poder Legislativo esteve no
local para apurar as denúncias que haviam chegado à cidade. No
relatório da visita, o presidente da Câmara Municipal de Jacareacanga,
Elias Freire (PSDB), afirmou haver "indícios de vários crimes praticados
pela força policial inclusive com exposição de vulneráveis, o que
contraria disposições legais do Estatuto da Criança e do Adolescente". O
vereador Raimundo Santiago (PT), o Raimundinho do PT, mostrou-se "pasmo
com a violência praticada contra os indígenas" e disse que "as imagens
que viu comprovam sobejamente que ocorreu crime contra o povo da aldeia
Teles Pires".
Os indígenas entregaram à comissão uma relação (veja) dos bens destruídos pelos policiais.
Minutos antes dos indígenas contarem a V. o que havia acontecido, um
Munduruku havia sido encontrado boiando no rio Teles Pires. Era o corpo
inchado de Adenilson Kirixi Munduruku. Ele havia sido assassinado no dia
anterior, 7 de novembro, durante a ação policial.
7 de novembro
Na manhã daquele dia, 400 botas pularam de três helicópteros
camuflados e de voadeiras alugadas de ribeirinhos, espalhando-se
estrategicamente pelo território indígena, amassando as formigas da
aldeia Teles Pires.
Era a Polícia Federal (PF) e a Força Nacional de Segurança,
acompanhados da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), executando manobras da Operação
Eldorado, uma mega ação de desmantelamento de esquemas de garimpagem
ilegal nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo,
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Chegaram 244 anos depois do vigário
José Monteiro de Noronha ter anotado pela primeira vez em seu
caderninho, em 1768, a presença dos primeiros Munduruku – chamados por
ele de de “Maturucu” – às margens do rio Maués, no hoje estado do
Amazonas.
Depois do pouso, E. M. e um grupo de lideranças saíram à procura de
representantes da Funai e do chefe da operação para conversar. Só
encontraram o delegado da Polícia Federal, Antônio Carlos Moriel
Sanches, que, segundo as lideranças, reponsável pela intervenção. "O
delegado falou que não tinha conversa com autoridade, com indígena,
tinha que fazer o que foram fazer", conta E. M.. "Uma liderança
[indígena] telefonou para Brasília, e de lá falaram que era pra avisar o
delegado que não fizesse nada até que alguém de Brasília chegasse lá".
"Nessa hora, só estava a Polícia Federal. O pessoal da Funai e do
Ibama estavam juntos com os policiais, sobrevoando em dois helicópteros e
deixando os policiais em locais estratégicos para invadir a aldeia",
assinala E. M..
"O delegado começou a empurrar as lideranças. Eu também fui
empurrado. O delegado disse que não tinha conversa com ninguém, nem com
cacique nem com liderança". Nesse momento, segundo E. M., estavam
presentes as lideranças, caciques, seguranças de caciques, mulheres e
crianças.
"Foi quando o delegado tirou o revólver para atirar na liderança que
ele empurrou. Foi nessa hora que o segurança do cacique empurrou o braço
do delegado, que escorregou e caiu na água, porque ali era um declive e
chão é liso", explica.
Foi então que a Polícia Federal abriu fogo contra os indígenas. "Os
dois primeiros tiros contra a vítima foram dados pelo delegado, que
ainda estava dentro d'água, com a água pela cintura. Vários policiais
começaram a atirar contra os indígenas".
Segundo os relatos, três tiros acertaram as pernas da vítima
Adenilson Kirixi, que perdeu o equilíbrio e caiu na água, sem conseguir
se levantar novamente. "Nessa hora, o delegado deu um tiro na cabeça do
Adenilson, que caiu morta e afundou no rio". Segundo os indígenas, o
delegado foi resgatado pelos policiais e levado para cima da draga. "Aí
os policiais jogaram uma bomba no Adenilson, quando o corpo já estava
afundando no rio".
Quando os indígenas tentaram resgatar o corpo do parente, foram
alvejados pelos policiais que estavam em terra. "Eles diziam que não era
para pegarmos o corpo. Do helicóptero, a polícia atirava e jogava
bombas de efeito moral na aldeia, no meio de todo mundo, com as
mulheres, as crianças", relata.
Procurada pelo Blog do Amazônia, a Polícia Federal
não quis se manifestar sobre as acusações. Segundo a assessoria de
comunicação, talvez a PF e a Funai se manifestem conjuntamente sobre o
caso nos próximos dias.
Meu irmão
G. K. era irmão de Adenilson. "Quando ouvi o tiroteio, fui correndo
para a beira do rio. Estavam dizendo que meu tio tinha morrido. Eu
queria saber se era verdade. Os policiais jogaram bomba e spray de
pimenta. Meu olho ardeu e eu fiquei sem rumo. Quando ouvi o tiroteio,
fui correndo para a beira do rio. Estavam dizendo que meu tio tinha
morrido. Eu queria saber se era verdade. Os policiais jogaram bomba e
spray de pimenta. Meu olho ardeu e eu fiquei sem rumo".
O indígena relata que um terceiro helicóptero teria chegado nesse
momento, com mais policiais. Foi quando ele saiu correndo em direção à
mata, perseguido pela PF. "Me escondi embaixo das árvores, ouvindo o
barulho das bombas, dos helicópteros e dos tiros. Tinha mais gente
escondida lá também", relembra. Três horas depois, G. K. volta à aldeia e
insiste em apurar informações sobre a morte do irmão.
"Os policiais me diziam que não tinha ninguém morto, que os feridos
estavam no hospital. Meu irmão não estava lá". O Munduruku encontrou,
então, o servidor da Funai, Paulão – os indígenas não sabem de onde veio
-, que acompanhava a Operação. Ele também lhe negara ter havido alguma
morte.
Segundo todos os relatos, Paulão teria sido o servidor da Funai responsável pelo acompanhamento da Operação.
O laudo cadavérico realizado pela Polícia Civil do Mato Grosso (veja)
confirmou que Adenilson Kirixi levou três tiros na pernas e um tiro
frontal na cabeça. Nao há informaçao se houve apreensão e perícia na
arma que efetuou – ou nas armas que efetuaram – os tiros.
Parte dos indígenas fugiram para a mata, parte para as reisdências,
imaginando que ali estariam seguros. Durante a fuga, dois indígenas
foram gravemente feridos pelos policiais. E. M. e O. K. estão
hospitalizados em Cuiabá. Outros indígenas também foram levados para o
hospital. O pelotão, então, invadiu a aldeia, arrombando portas e
janelas, jogando bombas dentro dos domilícios "Levaram tudo o que tinha
dentro das casas, nossos facões, facas, espingarda de caça", atesta.
"Chutaram meu pai"
"Eu vi os tiros e saí correndo pra pedir socorro no rádio e na
internet. "Quem estava no rádio comigo ouvia os tiros", conta I. W.. "O
meu pai chegou onde eu estava, ferido. Tinha levado um tiro de bala de
borracha. A gente saiu começou a gritar pra eles pararem de atirar, mas
eles não pararam", relata I. W.. "Corriam atrás da gente e atiravam.
Atiraram na mulher do meu irmão, que está grávida de 8 meses. Atiravam
com bala de borracha e com bala de verdade também".
"Então entramos de novo em casa, com mais umas dez pessoas. A polícia
arrombou a porta e entrou jogando bombas de gás lacrimogêneo na gente.
Tinha uma mulher com um bebê de dois meses lá dentro". Segundo I.W., os
policiais mandaram todos saírem da casa e colocarem as mãos na cabeça.
"Chutaram o meu pai e agrediram todos os homens que estavam ali. Eu
dizia pra eles que a gente não era bandido pra ser tratado daquele
jeito".
Segundo I. W., aos homens – também idosos e crianças – foi ordenado
que deitassem no chão com as mãos na cabeça, enquanto as mulheres e
crianças foram mantidas como reféns, separadamente, no campo, com armas
apontadas para elas. "As mulheres e crianças ficaram o dia inteiro
debaixo do sol, com os policiais armados em volta. A gente pediu comida,
mas não deram. Não deixavam a gente falar a nossa língua, só
português". "Eu gritava, e o policial me perguntou se eu estava com
raiva. Eu respondi que sim, porque estavam invadindo a aldeia e as
casas. Os policiais disseram que tinham um mandado judicial e que só
estavam cumprindo sua obrigação. Eu perguntei pra eles se o juíz também
tinha autorizado que eles invadissem as casas e agredissem as pessoas".
"Arrombaram o posto de saúde, jogaram uma bomba de gás e apontaram
uma arma para a cabeça da técnica de enfermagem, L. R.. Jogaram os
remédios no chão e quebraram os medicamentos. Também atiraram na escola,
jogaram bombas e quebraram as telhas", relata. I. W. chorou muito ao
contar esta história.
"O tiroteio durou 30 minutos. Parecia filme de guerra. Quando pararam
de atirar, um grupo de policiais saiu em busca do corpo que havia
afundado no rio, enquanto outros recolhiam cascas de munição e bombas
que encontravam pela frente", relembra E. M.. "A gente ficou cercado
pelos policiais. Levaram o nosso rádio. Destruíram o motor que gerava
energia para a aldeia".
Os índios feridos foram levados de helicóptero para atendimento no
Hospital Regional de Alta Floresta, em estado grave. Segundo as
lideranças indígenas, ainda estão internados. Os agentes da PF receberam
atendimento no local.
E. M. relata as prisões posteriores ao ataque. "Eles levaram 17
pessoas para a fazenda Brascan, onde havia uma base da polícia", conta. O
irmão de E. M. também havia sido preso. Uma indígena que acompanhava o
irmão que havia sido preso, também foi levada. Eles foram enviados a
Sinop, no Mato Grosso – a aldeia fica em Jacareacanga – e depuseram à
polícia. Os depoimentos teriam sido acompanhados por um Procurador da
Funai de Cuiabá cujo nome não souberam dizer. Posteriormente, foram
levados de volta à aldeia pela polícia.
Foi no final da operação, ainda no dia 7, que as dragas e balsas
foram destruídas. Segundo os indígenas, cada uma das onze embarcações
destruídas no leito do rio tinham de 30 a 40 mil litros de combustível,
além de baterias. Eles relatam que os peixes estão morrendo e que não
podem usar o rio, agora contaminado pelos fluídos.
Segundo os indígenas, a polícia permaneceu nas proximidades por mais três dias.
Os professores e profissionais de saúde não-índios não querem voltar
para a aldeia. Os alunos não querem ir às aulas. A comunidade possui
cerca de 500 pessoas, contando com mais duas aglomerações, a dos Kayabi e
a dos Apiaká, que também dependem da estrutura de Teles Pires.
Blitzkrieg bop
No dia 6, W. U. conta que indígenas Kayabi compartilharam pelo rádio a
informação de que helicópteros estavam sobrevoando suas terras.
"Achávamos que eles estavam vindo pra se reunir com a gente", relata.
Contudo, segundo W. U., o que estava acontecendo ali era a construção
das bases da Operação Eldorado. A primeira fora construída na Fazenda
Brascan, localizada no Vale Ximari, em Apiacás (MT), a dez quilômetros
da comunidade Kayabi. A segunda base da Operação foi montada a um
quilômetro da aldeia, no igarapé Buretama. Foi neste local, "onde há
apenas um morador", que um grupo de guerreiros Munduruku foi ter com os
policiais para entender o que estava acontecendo.
Quando os indígenas encontraram os policiais, eles estavam evacuando
uma das balsas que seria destruída. "Perguntamos o que eles iriam fazer.
Eles disseram que não queriam conversa, que vieram fechar o garimpo e
explodir as dragas, que tinham uma ordem judicial pra isso". Os
indígenas pediram para ver o mandado que autorizava a Operação, e
insistiram sobre a necessidade de uma reunião entre a polícia e as
lideranças. "Explicamos que o garimpo era o nosso sustento, que não
poderiam fechar assim. Trouxemos o documento do acordo com a Funai sobre
o garimpo", explica. "Aí começou o desentendimento. Um policial quebrou
uma flecha e deu um empurrão num cacique de uma aldeia próxima. Eles
falaram pra gente tirar o que a gente quisesse da draga, porque a draga
ia ser explodida, e assim foi feito". Segundo W. U., os indígenas
retornaram à aldeia para contar ao cacique e outras lideranças que a
polícia estava na área e havia destruído uma das embarcações. Os
policiais suspenderiam a destruição e só voltariam no dia seguinte.
W. U. foi atingido por bombas e está com marcas de queimadura no corpo.
Segundo todos os relatos, a Força Nacional de Segurança não se
envolveu nos momentos de violência da Operação. A Polícia Federal em
Mato Grosso decidiu suspender temporariamente a Operação. O MPF do Mato
Grosso e do Pará abriram investigação sobre o caso.
Por que mataram Adenilson Munduruku?
E a vida corria bem seu curso para os Munduruku, desde quando
Karosakaybu (1) os criara, na aldeia Wakopadi, nas cabeceiras do rio
Krepori. E então os pariwat (2) chegaram; para nós, era o século XVIII,
com nossas frentes colonizadoras. As coisas nunca são as mesmas, e ali,
definitivamente, nunca mais foram as mesmas para os Munduruku.
Os Munduruku, hoje, totalizam pouco mais de 11 mil pessoas,
espalhadas em áreas indígenas reivindicadas, demarcadas ou homologadas. A
difícil localização e situação de quase isolamento das comunidades –
num cenário de pressão das espoliações para a exploração exógena de suas
terras e riquezas – os colocaram, ao longo da história, em contextos
complexos de conflito com a sociedade envolvente.
Um exemplo disso foi o episódio ocorrido em julho deste ano. Um
Munduruku foi barbaramente assasinado com 21 facadas e pauladas que
destruíram seu rosto. O corpo da vítima foi encontrado por um morador
jogado em um terreno baldio, próximo à residência do pai. À época, dois
dos quatro suspeitos de serem autores do crime foram deixados em
liberdade pela polícia civil. A falta de investigação e providências das
autoridades foi o estopim para que, enfurecidos, os indígenas cercassem
a delegacia da Polícia Civil de Jacareacanga exigindo que a polícia
permitisse que eles fizessem justiça com as próprias mãos. A delegacia
foi depedrada e incendiada pelos Munduruku – a cidade, sitiada.
Em 2002, a situação do garimpo nas terras indígenas estava
calamitosa. Centenas de garimpeiros trabalhavam clandestinamente, viviam
dentro das terras indígenas e traziam consigo toda uma cadeia
extremamente perversa que orbitava a atividade. Exploração de mão de
obra, dominação, drogas e prostituição eram algumas delas. Foi então que
os Munduruku também tiveram de começar a resolver as coisas com as
próprias mãos, e retiveram os garimpeiros e funcionários da Funai para
pressionar o órgão a realizar um acordo que desaguasse numa operação de
retirada dos mineradores da área.
"Sabemos perfeitamente que o garimpo, além de ilegal, é ruim para o
nosso rio e para a nossa gente", explica V.. "Acontece que essa foi a
única forma que encontramos para sobreviver nos últimos tempos", expõe.
"Mas nós sempre quisemos acabar com os garimpos".
E então V. apresenta um documento ao qual ainda não foi dada nenhuma
publicidade por parte do governo, e que confirma a vontade dos indígenas
em terminar com os garimpos. Um ofício registrou uma reunião que
ocorrera entre indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká e diversas
coordenações da Funai regional e nacional, junto ao MPF-PA, em setembro
de 2005, onde os indígenas apresentaram propostas para a substituição do
garimpo por um projeto de desenvolvimento e geração de renda para a
comunidade. Como alternativa à extração do ouro, os indígenas exigiam
suporte para implantar e consolidar projetos de "produção de artesanato,
produção de mel de abelhas, piscicultura, avicultura, implatação de
casa de farinha e agricultura (consórcio de culturas). Dentre essas
propostas, a mais discutida e que os índios priorizaram foi a de
produção de artesanato (…). Quando o índio vai caçar, pega sementes,
cipó e vigia a área", relatava o ofício, protocolado nas quatro
instituições.
"Façamos"
"Com esses projetos, gradativamente iríamos acabar com o garimpo. Só
que esse eles nunca saíram do papel", expõe V.. Então, as comunidades
começaram a interferir diretamente na extração ilegal, no sentido de
reduzir os impactos causados pela atividade. "Morria muito branco,
índio, tinha tráfico de drogas e a Funai não tomava nenhuma providência.
E a gente continuava escravo do garimpo. Então nós mesmos tomamos
providências". V. relata, então, que os próprios indígenas estabeleceram
com os garimpeiros novas regras sobre como se daria o trabalho na área.
Proibiram os garimpeiros de portarem armas, levarem bebidas e
comercializarem drogas, entre outras coisas. Colocaram placas pela
comunidade, para que todos que entrassem informassem o que iriam fazer
ali. Em 2010, sob o conhecimento da Funai e do Ibama – e portanto dos
ministérios da Justiça e Meio Ambiente – estas regras tornariam-se um
"Acordo de parceria para atividade de mineração" entre indígenas Kayabi e
os proprietários das balsas.
Com o dinheiro do garimpo, os Munduruku mantinham uma casa de apoio
em Jacareacanga. Garantiam a geração de energia para a aldeia. "Os
alunos que estudam fora eram mantidos com o dinheiro da mensalidade do
garimpo, e tudo o que era comprado [com esse dinheiro] é de toda a
comunidade. A manutenção de equipamentos das aldeias vem daí. Quem
trabalha dentro da aldeia também recebia daí".
Além das comunidades receberem um pagamento mensal dos proprietários
das balsas pela exploração do rio, alguns indígenas trabalham
diretamente na mineração. Outros vendem produtos como farinha de puba,
polvilho, tapioca, futas, pecados e artesanatos. "Hoje, depois do que
aconteceu, nós simplesmente não temos condições de nos manter", lamenta
V..
V. explica
Embora considere injusta, V. poderia ao menos compreender uma
operação que se limitasse a destruir os instrumentos de extração do
minério. Contudo, ele é taxativo ao apontar que "a ação policial não foi
só no garimpo. Foi dentro da aldeia. E não existia garimpo dentro da
aldeia. Por que atacaram a aldeia, então?"
É certo, então, que esta ação belicosa ofensiva não se explica por si
só, levando em conta o acordo citado acima e o contraponto da narrativa
dos indígenas à versão da Polícia Federal – ou seja, a retificação de
que não houvera "emboscada" alguma dos indígenas contra a operação,
conforme declarou a PF em nota pública (leia),
justificando publicamente o uso da violência e culpabilizando os
indígenas pelo ocorrido. Por que, então, mataram aquele Munduruku? Por
que invadiram e aterrorizaram de maneira brutal e desastrosa toda uma
aldeia?
V. tem uma explicação. "Nós já dissemos [à Funai e ao governo] que
não permitimos estudos de impacto ambiental na nossa terra para
hidrelétricas. A operação da Polícia Federal tem ligação com a nossa
resistência à construção das barragens. Eles querem fragilizar as
comunidades pra ficar mais fácil de construí-las. Mas nós nunca vamos
aceitar trocar nossas terras por migalhas. O que eles fizeram só
fortalece a nossa luta", diz.
I. W. concorda com V.. "Eles acham que, tirando o garimpo, ficamos
sem dinheiro, e vamos ter que aceitar a barragem. Só que nós estamos
firmes de não aceitar barragem na nossa terra". Funcionários do órgão
indigenista oficial que não podem se identificar concordam que a
perseguição se dá por conta da total contrariedade dos Munduruku a
empreendimentos hidrelétricos e hidroviários, e afirmam ser a aldeia
Teles Pires o principal foco dessa resistência.
Os Munduruku se opõem frontalmente à construção de dois complexos de
barragens do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo
federal. São os Complexos Hidrelétricos Tapajós e Teles Pires, conjunto
de treze hidrelétricas previstas para a região.
Parte delas está sendo licenciada pelo órgão federal responsável, o
Ibama; parte pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso. O
complexo Tapajós está todo inventariado, mas apenas duas das sete
usinas com processo de licenciamento abertos, em fase de estudos. No
último dia 21, a Justiça Federal em Santarém proibiu a concessão de
licença ambiental para uma delas, a pedido do MPF-PA, enquanto não forem
realizadas consulta prévia aos índios afetados e avaliação ambiental
integrada de todas as usinas planeadas para a bacia do rio Tapajós no
Pará.
Para viabilizar os licenciamentos das barragens do Tapajós - e o
início da operação das usonas Santo Antônio e Girau, no rio Madeira (RO)
-, a presidenta Dilma Rousseff publicou, em janeiro, uma medida
provisória (MPV) que reduzia sete unidades de conservação em áreas
atingidas pelos empreendimentos. a MPV foi convertida em lei em junho,
dois dias depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável na Rio +20. Tanto a medida quanto a lei foram contestadas
pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Supremo Tribunal
Federal.
Indígenas vão a Brasília denunciar ataque da PF
Quase duas semanas depois dos acontecimentos e sem nenhuma resposta,
uma comissão de uma dúzia de Munduruku, Kayabi e Apiaká – entre eles,
quatro testemunhas do ataque – veio a Brasília na última semana. Queriam
reforçar as denúcias das violações diretamente ao Ministro da Justiça,
José Eduardo Cardoso; à presidenta da Funai, Marta Azevedo; à Ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; e exigir a apuração e a punição dos
responsáveis, bem como traçar, por intermédio destas instituições, uma
ação emergencial de reparação aos danos causados.
O grupo não foi recebido por nenhum deles.
Um grupo de assessores foi ter com a comissão. Durante o encontro, os
indígenas narraram os acontecimentos, a partir do testemunho das
vítimas e dos relatos das comunidades.
Ao que o secretário de articulação social da Secretaria Geral da
Presidência, Paulo Maldos, respondeu: "Houve esse problema, vocês estão
aqui trazendo informações pra gente, e a gente respeita, vai levar em
consideração. Se houve problema de conduta errada, vai ser apurado."
Os indígenas questionaram quem realmente havia autorizado a PF a
realizar aquela ação. Um assessor do Ministério da Justiça, Marcelo
Veiga, disse não saber a qual processo judicial se vincula a Operação
Eldorado, mas afirmou aos indígenas que eles estavam executando uma
decisão da Justiça Federal.
"A gente não está jogando pra cima da Justiça Federal a
responsabilidade. Há uma determinaçao da Justiça pra que aquela operação
fosse realizada. Ninguém está fazendo jogo de cena aqui", disse
Marcelo. "Não tem que ficar dúvida de vocês que a atuação e a parceria
da Força Nacional e da Polícia Federal com a Funai [e os indígenas] é de
muito sucesso. Esse foi um caso episódico, que pode ter havido abuso ou
não. [Porque] A PF dialogou anteriormente com as lideranças indígenas
[das aldeias atacadas durante a Operação]. A gente vai ter que apurar".
Funai
Expuseram detalhadamente que, sem os barcos, com o rio contaminado,
sem os instrumentos de caça e pesca e sem a renda gerada a partir dos
garimpos, os indígenas estão numa situação de urgência extrema.
"A Funai está atrasada com suas ações de promoção naquela região", argumentou
a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Maria
Augusta Boulitreau Assirati. "E não dá pra fazer, esse ano, nenhuma ação
concreta. Vou ser sincera com vocês. [Mas] cesta básica a Funai jamais
vai se negar [a distribuir], se for constatada necessidade".
"Nós sabemos que o governo tem voltado um olhar pra toda a região ali
do Tapajós e do Teles Pires", disse Maria Augusta. "Vocês nos disseram
aqui diversas vezes que o governo diz que os índios são um empecilho ao
desenvolvimento. Desenvolvimento nao pode ser incompatível com a vida e
com as formas tradicionais de vida dos indígenas", explicou. "Como os
empreendimentos hidrelétricos. Tem que ouvir o que as comunidades
pensam. Da mesma forma que vocês tem que ouvir a visão do governo. Por
que o governo acha importante fazer uma hidrelétrica? Por que o governo
acha importante fazer uma barragem? O processo de licenciamento acontece
nesse sentido e para isso. Que vantagens traz [um empreedimento], que
desvantagens traz?"
Os indígenas perguntaram a eles quem era Paulão. Não souberam responder.
A reportagem não teve acesso à relação detalhada de todos os
participantes da operação, sejam eles da PF, da FN, da Funai, do Ibama
ou de outros órgãos que tenham participado da ação.
As fotos e vídeos utilizados na matéria foram registrados por indígenas Munduruku e Kayabi.
Clique aqui para conferir a galeria completa de fotografias e documentos do caso.
Ruy Sposati, 28 anos, paulistano, é jornalista profissional.
Trabalhou como produtor de televisão, repórter e assessor de imprensa de
sindicatos e movimentos sociais. Assessorou o Movimento Xingu Vivo, em
Altamira (PA), onde ocorre a construção da Usina Hidrelétrica Belo
Monte. Trabalha como jornalista para o Conselho Indigenista Missionário
(Cimi) no Mato Grosso do Sul. Também escreve como colaborador para
publicações como Brasil de Fato, Caros Amigos e Otramerica, entre
outras.
Estes cientistas apenas confirmaram aquilo que que já temos falado: Aquecimento global é
uma farsa para oficializar um governo único mundial através das
cobranças de impostos sobre carbono, e além disto, lucrar através de
suas próprias empresas através do comércio de créditos de carbono... Muitos ao ler esta notícia poderiam achar: "A máscara está caindo..."
Mas
perceba: Por que a mídia corporativista divulgaria uma notícia que
desmente uma farsa da qual ela própria disseminou por muito tempo?
Será que eles estão tentando se esquivar da culpa?
Veja a notícia:
Cientistas
da Rússia disseram nesta segunda-feira (26) que os ciclos de aumento e
diminuição do gelo no Ártico demostram que o aquecimento global contínuo
“é um mito” e que haverá um resfriamento global até o fim deste século.
A
informação foi divulgada pelo pesquisador Nikolái Dobretsov, presidente
do Conselho Científico de Ciências Naturais da Academia de Ciências
Russa.
“O recorde mínimo da massa de
gelo foi registrado em 2007. Entre 2008 e 2011, e provavelmente em
2012, o gelo voltou a crescer. Os invernos no Ártico estão mais frios e,
por isso, já é óbvio que o aquecimento global contínuo é um mito”,
afirmou Dobretsov.
Os
estudos feitos por especialistas do país indicam que a massa de gelo no
Ártico cresce e diminui ciclicamente, de modo que após as fases de
aquecimento há um resfriamento. “Até o fim do século deverá iniciar um
esfriamento global e não um aquecimento”, disse o especialista russo.
Ele
ressaltou também a necessidade de se construir uma complexa rede de
estações no Ártico para verificar mais detalhes sobre os fenômenos do clima.Fontes: http://g1.globo.com/ e http://www.libertar.in/Publicado em: http://existenciaconsciente.blogspot.com.br/
Prêmio Nobel recusa "nova religião" de mitos sobre o "aquecimento global"
Ivar Giaever, Prêmio Nobel
de Física 1973 renunciou à famosa American Physical Society (APS) em 13 de
setembro de 2011 como forma de condenar a posição oficial da associação sobre o
aquecimento global. Giaever é professor
emérito do Rensselaer Polytechnic Institute, em Troy, Nova York, e da
Universidade de Oslo.
Em 2007, a APS adoptou uma
declaração oficial segundo a qual as atividades humanas estão mudando o clima
da Terra.
“As evidências são
incontestáveis: O aquecimento global está ocorrendo”, afirmava o documento
repelido pelo Prêmio Nobel.
“Se não forem empreendidas
ações mitigadoras provavelmente acontecerão rupturas significativas nos
sistemas físicos e ecológicos da Terra, nos sistemas sociais, atingindo a
segurança e a aúde humana. Precisamos reduzir as emissões de gases de efeito
estufa a partir de agora”, martelava o documento.
Giaever enviou um e-mail
para Kate Kirby chefe da APS explicando que “ele não pode conviver com essa
declaração” quando a temperatura global continua “surpreendentemente estável”.
Na APS, explicou o
cientista, pode-se discutir todos os temas científicos, menos um que é tratado
como tabu intocàvel: “o aquecimento global deve ser tratado como evidência
indiscutível?”
“A alegação de que a
temperatura da Terra passou de 288,0 para 288,8 graus Kelvin em cerca de 150
anos, se for verdade significa que a temperatura tem sido surpreendentemente
estável, e a saúde humana e a felicidade melhoraram indiscutivelmente neste
período de 'aquecimento'”, acrescentou o Prêmio Nobel.
Para Giaever “o
aquecimento global tornou-se uma nova religião.”
“Ouvimos muitas
advertências semelhantes sobre a chuva ácida, há 30 anos e o buraco de ozônio
de 10 anos atrás ou o desmatamento”, defende ele apontando que as profecias
catastrofistas não se verificaram.
“O aquecimento global
tornou-se uma nova religião. Nós freqüentemente ouvimos falar do número de
cientistas que o apoiam. Mas o número não é importante:... Só importa saber se
os cientistas estão corretos. E, realmente nós não sabemos no que é que
consiste o efeito real da atividade humana sobre o temperatura global”,
acrescentou.
Giaever é um dos
cientistas mais proeminentes citados no Minority Report 2007 da Comissão do
Meio Ambiente e Obras Públicas do Senado dos EUA (atualizado em 2009).
Ele figura entre os 400
“cientistas dissidentes” que denunciaram em nanifesto o mito do “aquecimento
global” e que hoje aumentaram para 700.
Giaever também foi um dos
mais de 100 co-signatários da carta de 30 de março de 2009 ao presidente Barack
Obama, criticando sua postura sobre o aquecimento global.
Já vimos mosquitos geneticamente modificados, plantas geneticamente
modificadas, e vacas geneticamente modificadas, mas poderíamos em breve
ter que lidar com nossas próprias modificações genéticas, seres humanos
geneticamente modificados? Com o passar dos meses e dos anos, os
cientistas parecem estar chegando mais perto da "fabricação humana",
com alguns dos mais recentes "avanços" em torno de um novo e já aprovado
tratamento médico projetado para "corrigir" erros genéticos.
Glybera,
droga aprovada na Europa no último 1º de novembro, foi criada para
combater contra uma doença rara que leva a interrupção da produção de
gordura. Aqueles que sofrem esta doença rara possuem o que os cientistas
descrevem como um gene danificado. O medicamento se destina a reparar o
gene danificado.
Embora a droga seja destinada apenas a um ou dois em cada milhão de
pessoas, ela abre caminho para novas experiências no campo da biotecnologia
e da alteração humana. Logo os médicos podem estar dando drogas para
tratar qualquer "defeito" nos genes, quer seja para o chamado gene
"gordo" ou qualquer outro caso onde um gene danificado esteja presente.
Elas poderiam até mesmo se aplicar aos alegados "genes do crime",
características genéticas que alegadamente prevêem um futuro de "vida
no crime" de um indivíduo. Pode parecer loucura, mas os cientistas já
estão dando passos ainda mais sérios que poderão alterar ou "criar" a
humanidade.
Além da Humanidade Geneticamente Modificada
A alguns meses atrás, foi reportado sobre o primeiro grupo
de bebês geneticamente modificados sendo "criados" nos Estados Unidos.
Os cientistas afirmaram que 30 bebês nasceram utilizando técnicas de
modificação genética. Além disso, foi descoberto que dois dos bebés
testados continham genes de três pais diferentes. Geneticistas afirmam
que este método de modificação genética pode ser usado um dia para criar
bebês geneticamente modificados, "com características extras desejadas,
como força ou inteligência."
Curiosamente, esse dia pode vir mais cedo do que o esperado - pelo menos
para alguns de nós. Até mesmo cientistas de ponta agora estão pressionando para reprodução seletiva com base na composição genética (eugenia),
"escolhendo a dedo" genes da prole, e até mesmo desenvolvendo
tecnologia de clonagem para "criar" híbridos humanos e outros
experimentos bizarros.
Ao mesmo tempo que drogas que alteram genes e bebês "transgênicos" podem
ter seu apelo para o público em geral, cientistas e empresas de
biotecnologia fortemente financiados pelo governo têm trabalhado na
obtenção de uma façanha muito maior: modificar geneticamente seres
humanos na forma de "super soldados". Estes humanos transgênicos vão
além até mesmo da imaginação, não necessitando de alimento ou sono para
realizar proezas físicas dígnas de atletas olímpicos, enquanto são
capazes de regenerar os membros que foram destruídas por fogo inimigo.
O fato é que a humanidade vem se movendo em direção a uma existência
geneticamente alterada já faz algum tempo sem o conhecimento do público
em geral. Enquanto a grande mídia vai fazer você acreditar que as drogas
para reparar genes danificados é a resposta, ninguém sabe realmente os
tipos de perigos que podem vir com tais avanços. Nós já vimos como os alimentos geneticamente modificados podem causar tumores e até a morte precoce - por que esperar para ver o que acontece ao alterar o código genético humano?
Fonte:
Activist Post: Genetically Modified Humans? New Gene-Altering Drug Paves Way for Mass Modification Publicado em: http://www.anovaordemmundial.com/
Vejam este absurdo:
Há alguns meses, o frei Gilvander Luís Moreira, de Belo Horizonte,
publicou no YouTube o vídeo “O feijão de Unaí está envenenado?”, em que
uma diretora de escola municipal da região de Unaí, no noroeste mineiro,
narra experiências com o feijão que é fornecido para a merenda escolar.
“Na entrevista ela afirma que ao tentar cozinhar 30 quilos do Feijão
Unaí para a merenda das crianças teve que jogar fora todo o feijão,
porque ao abrir os saquinhos as cozinheiras sentiram o cheiro forte de
veneno. Em outra ocasião lavaram o feijão, deixaram de molho de um dia
para o outro, mas ao cozinhar, o mau cheiro fez as cozinheiras sentirem
mal.
Havia excesso de gosma acumulando na panela. Não foi possível dar o
feijão para as cerca de 200 crianças da escola”, explica o frei em
texto divulgado em seu site nesta segunda-feira.
Há alguns dias, o vídeo ganhou projeção e virou polêmica. A empresa
responsável pelo feijão Unaí entrou com um processo por danos morais
contra o Frei e contra os diretores do Google/YouTube, pela divulgação
do material. Não bastasse isso, um juiz da cidade pediu a prisão de
Gilvander sob o argumento de crime de desobediência. (Quem desobedece? O
que usa veneno acima do permitido ou o que enxerga o problema e o
divulga?)
O vídeo, que de acordo com o despacho do juiz deveria ter sido retirado
da internet no dia 29 de outubro, continua na rede – e tem sido
disseminado por meio de outros canais.
Assista abaixo:
Organizações
da sociedade civil e movimentos sociais lançaram o Manifesto Contrário
ao Uso Excessivo de Agrotóxicos e Contra a Criminalização do Frei
Gilvander Luís Moreira.
“Um vídeo como este, que pretende alertar as
pessoas para o cuidado com o veneno nos alimentos, chegou ao cúmulo de
se transformar em um processo no qual a empresa alega ter sofrido ‘danos
materiais’ e ‘danos morais’, de haver sido vítima de ‘difamação’”,
alerta o texto.
“Não há uma narrativa de cunho difamatório, senão apenas
informativa em que pessoas dizem sua opinião e o que pensam sobre o
dito feijão”. Veneno em excesso
Segundo a prefeitura de Unaí, o município é o maior produtor mundial de
feijão.
O excesso de uso de veneno, no entanto, está vinculado à alta
incidência de casos de câncer na cidade.
A conclusão é de um estudo da
Subcomissão Especial Sobre Uso de Agrotóxicos e Suas Consequências à
Saúde, criada pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara
dos Deputados, em 2011.
O relatório final é claro: “A incidência de câncer em regiões produtoras
de Minas Gerais, que usam intensamente agrotóxicos em patamares bem
acima das médias nacional e mundial, sugere uma relação estreita entre
essa moléstia e a presença de agrotóxico.
Neste estado, na cidade de
Unaí, está sendo construído um Hospital de Câncer, em virtude da grande
ocorrência desta doença na região”.
Os números ajudam a clarear o problema: são cerca de 1.260 casos de
câncer por ano para cada 100.000 pessoas. A média mundial não ultrapassa
400 casos/ano para cada 100.000 habitantes.
O hospital, na mídia local, é tratado como “ousado, moderno e
contagiante”. Uma reportagem divulgada na internet apresenta o projeto
como o “tão sonhado hospital do câncer de Unaí”.
O relatório ainda recomenda à Secretaria Geral da Presidência da
República e ao Ministério da Casa Civil que “a União promova um estudo
específico, por intermédio principalmente dos órgãos do Ministério da
Saúde, sobre o uso dos agrotóxicos e suas consequências à saúde da
população, principalmente na região de Unaí/MG, devido a constatação de
um alto índice de casos de câncer nesta região”. Não parece claro que a lógica da solução está invertida? A região
concentra grande parte da produção nacional de feijão, os produtores
abusam do uso de agrotóxicos, a população adoece em índices muito acima
da média, a discussão não pode ser levada à público e a construção de um
hospital é o que de melhor se pode fazer? Como coloca o Frei Gilvander
na descrição do seu vídeo, o município se tornou campeão na produção de
feijão, no uso de agrotóxico e no número de pessoas com câncer.
Algum
deles deve ser motivo de orgulho?
PELO BEM DE TODOS, AJUDEM NA AMPLA DIVULGAÇÃO DESTA MATÉRIA. SERIA INTERESSANTE SABERMOS O NOME DESTE JUIZ E DA EMPRESA. PROPOMOS O BOICOTE DE TODOS AO FEIJÃO DE UNAÍ
Fonte:
http://brasil.issoebrasilia.com.br/2012/11/frei-tem-prisao-decretada-por-divulgar.html
via
libertar.in
postado por sobre2012
Publicado em: http://sobre2012.blogspot.com.br/2012/11/absurdo-frei-tem-prisao-decretada-por.html
E quando povos dessa região migram para seus países ainda são discriminados, perseguidos e mortos.